sábado, 6 de junho de 2009

O começo de nada é tranquilo. Tal como o fim, o início encerra em si, uns medos.
Na nossa vida inteira estamos abrindo e fechando círculos. O tempo todo.
Como já se ouviu algumas vezes: 'todo dia se morre um pouquinho'...

Mas se o fim também é o começo, a cada dia se nasce também.

Em uma certa praça em Paris, notou-se esta inscrição:
"Conto apenas os momentos felizes"

Desejo eu, então, ter no final, muitas horas contadas...

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Transparência inusitada

Os copos são de vidro
São corpos de vidro líquido solidificado
Em que são qual gelo
Gelo liso, gelo moldado.
Transparente é sua aparência
Que revela os dentes da boca sedenta
E aumentam o tamanho da língua.
De formato clássico ou arredondados,
São muito simpáticos também os quadrados
Por passarem um ar 'vintage'.
Pode virar aquário contanto que tenha água e peixe
Como também recipiente de dentaduras de vovôs.
E como já dizia o baiano compositor.
"É sempre bom lembrar
que um copo vazio
está cheio de ar".
Ar, água e idéias.
Quando põe terra e joga uma semente
Nasce planta verde e tenra
E vira jardim.
Os copos são multifuncionais
Cabem neles, inclusive, líquidos de diversos sabores,
cores, odores e finalidade.
Os alcoólicos me aprazem
Mas o que eu gosto mesmo´no copo é
Água!

(Meio de reunião de trabalho SPEC 12-12-2007)
Quero sempre saber
Se o 'ouvido de conha' de outrora
Ainda tem a acústica perfeita
E se o eterno 'sabe mais o que se sabe ouvido' ainda funciona

Fale agora ou cale-se para sempre!
A cada vez que páro
Recomeço de outro lugar

Quando giram as palavras
E quando roda o tempinho mísero do relógio-sem-fim
Esta maquineta inventada do nada
Rumando para o infinito
É que pressinto, na falta,
O preenchimento que o vazio me dá

Set voltas, sete léguas
Paralelas, as linhas tortas
retas irão se tornar

Voltas, rodas, ondas,
Espumas se voltam no imenso mar

Velas, belas, Isabelas,
É esta menina que nem tão cedo irá chegar

(Em casa, depois de algumas cervejas... 18-11-2007)
O meu saber é quase cego
Não conhece as coisas a partir do que já é dado
Mas da origem, que vem de dentro
O olhar da alma.
O meu saber desconhece as sabedorias
Tanto quanto os olhos sãos não sabem da escuridão.
O meu saber eu pré-sinto
Vem antes mesmo da significação
E ele aparece tão claro como a luz
Tão de acordo como um carro em sua seta direção
O meu saber é livre e simples
E ele vem brotado do coração

(Bar Brasil - aniversário Filipe 25-10-2007)

Voltei. Voltei a te procurar

E a não te encontrar em lugar nenhum que não exista você a me chamar

Onde está você que não consigo alcançar?

Estamos em balanços diferentes, em sincronias opostas

A mesa está posta e você não veio pra jantar

A vela acendeu e voc~e não chegou a tempo de apagar

O prato esfriou (a vingança é um prato que se come frio)

Não, eu não quero vingar!

A sobremesa fica pra depois

O arroz ficou grudado, que nem eu queria ficar com você

Só de pensar, me dói o coração

Meu pulmão já não é mais o mesmo depois que eu comecei a tentar, em vão, te esquecer

Já são mais de duas

Mais de duas tentativas de permanecer

Você não vem. Vou fechar a porta

Não me importa quem bata, eu não vou receber

Saiba que, infelizmente, é a última vez que estou falando

E se estou te avisando, é que eu sei porquê.

Até algum momento que eu possa compreender,

Vai se passar muito tempo

Não há problema; tempo é algo que se ganha quando se quer crescer.

Quanto mais tempo tenho, mais sei o que você quer de mim

E o que eu quero de você

No entanto, lamento o perder.

As folhas perecem nas árvores por não terem mais como crescer

A seiva acabou.

Agora, só resta o amanhecer
(19-09-2000)
Uma questão matemática

Nunca fui fã de matemática
Me interessava mais por biologia
Português e gramática
Não sabia do tanto que ela ainda ia me ensinar
Para o resto da minha vida
Depressa ou devagar

O muito não é bom
O pouco não é bom
O mais-ou-menos não é bom: monotonia
Um pouco a +, um pouco a -
Para dar um tempero

E, para não viciar,
É preciso zerar ou aumentar
Pra pegar de novo o sabor com o sal
Senão, perde-se o paladar

Que venha ao certo o que se sabe duvidoso

Muitas gotas são necessárias para fazer mar

É bonito observar o curso natural das coisas

Quando se sabe que estas têm sim

Um lugar certeiro de chegar


Que se faça tempestade quando o vento faltar

Veritas, in vino há

Mais-valia, quando falta amor

Não vale ``a pena;

Que a verdade venha

Ainda que acompanhada de dor


(Pizza Mu 05--0-2007)
Tanta luz
Tanta alegria
Tanto riso
Quanto amor
Que escorre pela maquiagem
Que espalha no rosto algumas gotas de cor

Tanto espaço
Tanto vínculo
E muitos laços
Que se entremeiam e se embaraçam
Formando desenhos que não cansam de se sobrepor

Tanto brilho
Tantos estribilhos
No som diferente
Fazendo da gente
Bailarinas gigantes
Com olhos flamejantes
Dançando com tanto ardor

Aquarela, poesia, pintura e imagens
Formando um quadro único e original
Que não se perde nunca no tempo
E que faz desse momento
Algo nada parecido com o igual

(Casa da Kika 07-11-2001)
No instante em que penso
Atravesso outra vez a mesma barreira do tempo
E do movimento de me ver a mim e pensar naquele que me fez

De um outro jeito, me sinto tão parecida como antigamente
Como se a pura presença de ser vivo ainda estivesse por se tornar nascente

E assim, como um raio, um partido, uma divisão
Que cai quebrando os sentidos,
Que foge ao alcance da minha mão
E cola no teto
E rebate no chão

Essa visão de mim mesma muito mal, muito mãe, maluca, mole, mais, morrendo, sem direção

Vem, vida, me acolhe no vento, na stade
Me faça brotar como semente de boa qualidade, de genética forte
Me faça brotar verde e tenra...
... e que eu dê tantos frutos para adubar a terra novamente...

(Casa da Kika 07-11-2001)

Balões
Balas grandes
São balões
Balões são bexigas ou
bolas???

Na verdade, eles são coloridos
Rosa, roxo,
branco,
Verde, azul, amarelo, laranja
Eles enfeitam nosso quarto (meu e da
Ângela)
Eles são tão bonitinhos...
Eu adoro os balões!

Eu
estourei, certa feita,
Um laranja
De propósito
Ângela
também
Ficamos felizes com nossa atitude

Pra falar a
verdade
Não faz tanto tempo que eles estão em nosso quarto
But é como se
estivesses
Pois eles são tão amigos
E tão gentis...
E nunca estouram
nos nossos ouvidos
No meio da noite!
Que tão
engraçadinhos!

Quantas cores fazem a nossa alegria!
São cores
cheias de ar!
Ar este proveniente de
Ângela, Paula (eu) e ainda de nossa
amiga
Eleonora! (Leôncio)

Todos nós adoramos
balões!

Em todo o tempo em que estive com eles
Pude
perceber
Que eles nos trazem muita alegria!

Neste momento, estou
olhando para um cahco
Que está magnificamente pendurado
No lustre do
quarto

No cacho, existem balões das cores
Branca (1)
Roxa (1)
Amarela (3)
Verde (1)

Vou finalizando meu poema
Com
grande dor no coração
Por não ter dito
Tudo que sinto pelo
balão...

Me comunico porque quero

E de tanto querer,

Um dia me explico

Ando e amo

Penso e implico

Com o pequeno e o grande que cerceia meu mundo limitado e ilimitado

na minha imaginação

Senão, piro

Senão, viro um livro

De mil e uma páginas que no caopitulo final quer dizer nada

querendo dizer tudo.

Será que não estou sendo dramática?

- "Claro que sim, ó querubim de mil asas!

Você voa, mas um dia suas penas hão de envelhecer e cair"

Então, o que restará?

- "Entre o ódio e o amor há um laço traçado no infinito"

Tenho pânico de penasr que vou morrer sem uma explicação plausível

para todas as minhas questões

- "101 limões do limoeiro lá de casa

Minha mãe dá limão para tudo quanto é gente humilde ou não que aparece por lá"

Sei lá, pensar assim é fácil que dói

Difícil mesmo é saber distinguir entre o sim e o não

Por isso, acabo ficando no talvez