quinta-feira, 3 de julho de 2014

domingo, 22 de setembro de 2013

Tem jeito?
Jei-to. Entojei te tanta coisa que vejo, vi e tenho visto. Enjoei até do que ainda não vi.
Jeito tem depois de feito. O que se está por fazer é um ainda-não-é.
To ajeitando a vida que é pra ela ficar no jeito.
Dá pra apagar por 30 tempinhos de batidas de palma a luz?
No escuro enxergo melhor. E aquela dorzinha de cabeça que se dissipa na escuridão vira pensamento de lucidez. Por alguns instantes,
Na impermanência de tudo, crio o que nem existe pra depois se desfazer. Como nuvens, como tinta de aquarela interagindo com outras, com a água. Tudo fluidez, morte e renascimento pra depois acabar.
Veja aquela fagulha de luz ali da janela. Fica parecendo que é pra sempre se fechar os olhos e eternizar aquela visão.
Sabe que nem sei porque estou aqui?
Um problema de cada vez. Fale uma palavra e eu digo a frase toda. Sei adivinhar na voz daquele que amo. Seriam as coisas todas somente um veículo para induzir a imaginação?
Qual a chave da unidade? Quando abir-se a caixa de Pandora vai voar pássaros pra todo lado. E palavras. E histórias tantas e manchadas de marrom com laranja fosforescente que é bonito.
Da música que ouço posso até fazer uma sinfonia qualquer carregada de piano e melancolia.
A temperatura cai mais quanto mais a luz esmaece. É a lei.
Você viu como ficou bonita aquela figura torta na parede morta?
Dar vida àquilo que não tem. Um constante criar.
Pincel e paleta sujos com o sangue vivo de quem nem se cortou.
Nobody's falt but mine. Seja o que for o fardo é de cada um. Tem que carregar sozinho. É?
Verde verdade vontade velar o sono de quem já morreu.
Tornar tudo um tapete de tranças vermelhas. Acrescentar e tirar. Por cor e misturar.
Sei bem que nada existe e é por isso que é melhor assim: largar.
Larga, solta e vai.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Do mirante de sua alta vila, admirava os benfeitores lá embaixo, donde se viam bolinhas andantes no meio de fagulhas e luz. 
Descansava impávido em seu trono de madeira de lei talhado à mão por seu bisavô paterno que havia passado seus últimos dias agarrado à última peça que confeccionara: uma cruz de madeira com Nosso Senhor Jesus Cristo cravado.
Usava uma almofada de veludo vinho para o assento e outra do mesmo tom e tecido para se sentar e recostar. Assim mantia para si mesmo seu ar de realeza.
Era solitário, porém. Nos seus quase quarenta anos tinha vivido muitas experiências que poderiam ser multiplicadas por si mesmas se ao menos se permitisse se entregar mais.
Ouro de tolo, era o que guardava nos bolsos da recordação.
Quisera ele nascer de novo. Não queria. Quisera ele ser diferente. Não conseguia. Quisera ele morrer, enfim. Não podia.
Então, foi se enovelando por ali mesmo, até onde podia alcançar debaixo e em cima, e foi tecendo, em lã vermelha, o ninho da sua vida.
Como as crisálidas, pensava em se transformar. Não instintivamente como elas, mas conscientemente, racionalmente e intencionalmente. Como um ser humano que pensa, analisa e se vê refém de sua própria escolha.
As pessoas de uma certa forma, o ensinaram a morrer um pouco. Deveria ser o contrário, mas os encontros do coração o deixavam tão vivo e tão perto de si mesmo que era como estar na ponta de uma pedra que beira o abismo.
Nesse abismo de si mesmo, dentro de si, teceu também um casulo. Para guardar sentimentos preciosos; era a sua caixinha de jóias. Quando a abria, nela dançavam bailarinas flutuantes vestidas em azul turquesa e pastel. Também de lá, saíam sorrisos despretensiosos e alvoroços de coração.
De vez em quando achava oportuno olhar o que tinha lá dentro. E vez ou outra ela se abria sozinha, quando menos queria. Para conter esse abuso, enovelava com mais rapidez, fazendo uma nova camada por cima daquela do casulo já tecido.
O medo e a angústia faziam parte dele desde muitos anos, de modo que não conseguia mais se lembrar quando foi que eles viraram um só.
O amor é coisa de gente doida. E não queria enlouquecer enquanto não estivesse mesmo perto de conseguir a cura.
Deixou sua barba crescer e por trás dela vinham sentimentos ocultos. Como uma máscara, o tecido de pêlos também era um protótipo de novelo e ali se enclausurava e criava a imagem de um homem só.
Coragem era o que lhe faltava não porque não a tivesse, mas porque fora roubada dele covardemente. Talvez se a devolvessem ele pudesse deixar o rosto nu.
Tanto frio fazia naquela manhã que não foi capaz de sair da cama antes que o sol fizesse bater as doze badaladas. Veio uma onda de calor e ele pulou da cama enevoado. Havia sonhado demais naquela noite. E ficou remoendo os sonhos por todo o dia até que escureceu. Foi até a varanda e esticou o braço para sentir o tempo. O ar estava quase fresco. Era inverno também.
Se apoiou no parapeito e ficou com o olhar parado por muitos instantes, dissolvendo a sua visão em desfocos de luz.
Sorveu o ar com a boca bem aberta e deu um grito de anunciação.
Para rebentar com o ninho não ia ser fácil, a não ser que fosse com confusão. Deu várias voltas, caiu no chão, quase se levantou, ficando de cócoras. Deu um imenso suspiro e voltou ao estado ereto.
Tudo continuava o mesmo. As pessoas lá embaixo, as luzes, as vidas escorrendo por entre o tráfego insano, as ruas escoando carros e gentes.
Agora tudo era normal.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

20/10/2012 e 21/10/2012

Manha com Hot Yoga.

Tarde com cheap Steak & Salad no Pluto's. Indicacao da Escola.

Noite no Mission District com Harish. That's San Francisco!!!

Early morning and morning: Portrero Hill. Bad and Breakfast.

American Breakfast: eggs, bacon, orange juice and Mimosa: Orange Juice with Sparkling Champagne. Uau! Red Potatoes, Toasts, Strawberry Jelly, Butter.

Seu estomago pesou com tanta comida e nao pode comer tudo. Levou pra casa.

Tarde de frio e uma pitada de tristeza.

Foi correr no GG Park e foi salva por Teresa Cristina cantando "Quantas Lagrimas". De fato, "um bom samba eh uma forma de oracao".

Volta pra casa, se detem em uma loja de lingeries. Compra um top e um colar, uma especie de amuleto, para lhe fazer protecao e companhia.

O resto do dia eh gasto em casa, entre a cama, o banheiro (incluindo 2 banhos para limpar e esquentar) e a internet.

Nao tem vontade de conversar com ninguem. E nao o faz.

Um amigo a chama para sair e recusa.

Chora por dentro e por fora.

Choveu de madrugada.




domingo, 21 de outubro de 2012

18/10/2012

Após a aula, um passeio pela cidade, com uma missao: encontrar outro lugar para morar. Morar em SF nao é tao simples quanto parece. A vida por aqui é cara e paga-se por um simples quarto com banheiro compartilhado um valor possível de alugar  preço que seria possível morar muito, muito bem em Bh.

Caminhada pelo Downtown, Tunderloin, muitos mendigos, homeless, ruas sujas e malcheirosas. EMbora o dono da Escola tenha advertido os alunos a evitar este lugar, por ser considerado relativamente unsafe, ela fez questao de conhecer. SF nao é diferente. As cidades escondem os indesejáveis sempre em algum lugar. Muitos muito doidos, nao sabe se deveria sentir pena ou se estava pior do que eles por estar impregnada de lucidez e realidade.

Andou por muitas ruas e subiu muitos morros, ruas bem íngremes. Lembrou de sua cidade natal. Passou por Chinatown e decidiu caminhar pela regiao mais pela obrigaçao de turista do que pelo prazer. Fez comparaçoes com seu país e se lembrou do Liberdade em Sao Paulo.

Cansou rápido deste passeio e tomou rumo novamente para o Mission District, onde para tomar um sorvete no Bi-Rite, indicado por um amigo que viveu na cidade. Estava muito calor e os sorvetes macios derretiam no pote e davam ainda mais carinho ao paladar.

Escolheu tres sabores: Maça Caramelada, Lavanda e o terceiro foi indicaçao da atendente e nao se lembra do nome, mas era muito gostoso. O de Lavanda achou refrescante e diferente. Nao fosse se lembrar que Lavanda era perfume, teria gostado ainda mais.